Novas insólitas veredas. Leitura de A varanda do frangipani pelas sendas do fantástico

Luciana Morais da Silva

São muitos os caminhos a serem iluminados na obra do escritor moçambicano Mia Couto, isso é evidente na diversidade de pesquisas e debates a respeito do escritor. Entretanto, os recursos de sua produção ficcional não se estagnam em uma ou outra leitura, ao contrário, aprofundam-se, imergem, em grandiosa quantidade de traços e elementos. A partir da percepção da diversidade, o presente ensaio guia seus leitores pelas sendas da construção e evolução do fantástico, desde sua acepção genológica até as novas roupagens mais contemporâneas, refletindo os modos e modelos de constituição do fantástico diante da diversidade do mundo atual. A narrativa do moçambicano convida a que se percorram os interiores de uma fortaleza colonial, cenário de A varanda do frangipani. Lá, o narrador convoca o narratário e relata a história de personagens que vivem uma realidade paradoxal, transitando entre as visões de dentro e de fora, racional e irracional. Em um mundo fragmentado, os componentes ficcionais se conjugam para compor uma narrativa que promove profundas reflexões através da palavra. Assim, o estudo da estrutura textual de Mia Couto possibilita que se percebam as novas sendas do fantástico na contemporaneidade, apontando para um modo próprio e apropriado de dar a ver os múltiplos sentidos de sua terra, à medida que reelabora os diálogos com o fantástico em seus novos matizes.

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